CNAE: o que é e como impacta seu negócio como pequeno empreendedor

CNAE: o que é e como impacta seu negócio como pequeno empreendedor

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SAMYRA MOTA

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A imagem que ilustra o artigo "O que é CNAE" mostra um homem mexendo no notebook. Na tela, é possível ver que ele está acessando o site do gov.br.
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Empreender envolve mais do que apenas uma boa ideia de negócio e estratégias de mercado eficazes: também é crucial entender as nuances burocráticas que regem as empresas. Uma dessas nuances é o CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Este termo pode parecer complexo à primeira vista, mas é fundamental para qualquer pequeno empreendedor que deseja operar dentro da legalidade e otimizar seu negócio.

Neste artigo, vamos explorar o que é o CNAE, como ele impacta sua empresa e por que é essencial escolher a classificação correta.

O que significa CNAE?

O CNAE, sigla para Classificação Nacional de Atividades Econômicas, é um código numérico que identifica a principal atividade econômica de uma empresa no Brasil.

Desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este sistema de classificação é adotado nacionalmente e serve como um padrão para categorizar as atividades de negócios em diferentes setores da economia.

Cada atividade econômica é representada por um código único, que desempenha um papel crucial em diversos aspectos administrativos e legais, incluindo o registro empresarial, a tributação e a emissão de notas fiscais.

Qual a importância do CNAE?

O CNAE é mais do que um mero detalhe burocrático: ele é essencial para garantir que as empresas sejam classificadas corretamente de acordo com a natureza de suas operações. Isso significa que, ao abrir uma empresa, o empreendedor deve escolher um CNAE que reflita com precisão a atividade principal do negócio.

Essa classificação tem implicações diretas na determinação dos impostos a serem pagos, nas obrigações fiscais e trabalhistas e até mesmo em oportunidades de financiamento e benefícios fiscais, dependendo do setor de atuação. Portanto, entender o CNAE e escolher o código correto é um passo fundamental no processo de formalização e gestão eficiente de um negócio.

Toda empresa precisa ter CNAE?

Sim, toda empresa no Brasil, independentemente de seu tamanho ou tipo, deve ter um CNAE atribuído. Isso inclui desde Microempreendedores Individuais (MEI) até grandes corporações.

  • CNAE MEI

O CNAE é um elemento obrigatório no momento da formalização de qualquer empresa, pois define a natureza da atividade econômica que será realizada. Para os MEIs, por exemplo, a escolha do CNAE é ainda mais crítica, pois determina os limites de atuação, os impostos a serem pagos através do Simples Nacional e as regulamentações específicas que devem ser seguidas. Veja as vantagens e obrigações de ser MEI.

  • CNAE para Ltda., Eireli e S/A

Para outros tipos de empresas, como Sociedades Limitadas (Ltda.), Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada (EIRELI) e Sociedades Anônimas (S/A), a definição de um ou mais CNAEs é igualmente importante. Essas classificações influenciam não só as obrigações fiscais e trabalhistas, mas também podem impactar a permissão para participar de licitações, a obtenção de certos tipos de licenças e até mesmo as opções de crédito disponíveis para o negócio. 

Leia também: Diferenças entre MEI e outros tipos de empresas.

Portanto, independente do porte ou forma jurídica da empresa, a atribuição correta do CNAE é um passo fundamental para garantir a conformidade legal e fiscal do negócio. Além disso, uma classificação precisa pode oferecer vantagens estratégicas, como acesso a incentivos fiscais específicos e oportunidades de mercado alinhadas à atividade econômica da empresa.

Quantos tipos de CNAE existem?

O sistema de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) é composto por uma vasta gama de códigos, representando a diversidade de atividades econômicas que podem ser exercidas por empresas no Brasil.

Esses códigos são organizados em uma estrutura hierárquica, que inclui seções, divisões, grupos, classes e subclasses. Essa estrutura reflete os diferentes níveis de detalhamento das atividades econômicas.

No site do IBGE, é possível fazer uma busca. Basta colocar sua atividade para saber o código, ou o código do CNAE para checar se a atividade está correta. Nesta mesma página também é possível entender a estrutura de cada CNAE e as divisões por número.

Estrutura e hierarquia do CNAE

Na hierarquia do CNAE, existem 21 seções identificadas por letras (de A a U), que representam os grandes setores da economia, como agricultura, indústria e serviços. Dentro de cada seção, há divisões, que são numeradas e representam um agrupamento mais específico de atividades econômicas. Então o CNAE é formado por Seção > Divisão > Grupo > Classe > Subclasse.

Imagem explica a estrutura de um cnae, com seção, divisão, grupo, classe e subclasse

Seguindo a hierarquia, encontramos os grupos, as classes e, finalmente, as subclasses, que são o nível mais detalhado e específico dentro do CNAE, cada uma representada por um código numérico único. Cada classe tem sua Lista de Descritores, ou seja, todas as atividades aceitas naquele CNAE.

O número exato de códigos CNAE varia conforme atualizações e revisões do sistema, mas é importante destacar que a diversidade e especificidade dos códigos visam abranger todas as possíveis atividades econômicas realizadas pelas empresas. Atualmente, existem 1.332 classificações.

A escolha do CNAE adequado depende de uma compreensão precisa da atividade principal da empresa, e esta classificação detalhada ajuda a garantir que cada negócio seja corretamente categorizado de acordo com sua operação específica.

Exemplos de CNAEs

  • 4712-1/00 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - minimercados, mercearias e armazéns
  • 4723-7/00 Comércio varejista de bebidas
  • 4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construção em geral
  • 4752-1/00 Comércio varejista especializado de equipamentos de telefonia e comunicação
  • 4772-5/00 Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
  • 4781-4/00 Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios
  • 4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos não especificados anteriormente
  • 5611-2/01 Restaurantes e similares
  • 5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares
  • 5611-2/04 Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas, sem entretenimento
  • 9602-5/01 Cabeleireiros, manicure e pedicure
  • 9602-5/02 Atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza

A influência do CNAE nos impostos e outras obrigações da empresa

O CNAE, ao definir a atividade principal de uma empresa, tem um papel crucial na determinação dos impostos e outras obrigações fiscais e regulatórias. A escolha do CNAE correto influencia diretamente o regime tributário ao qual a empresa será submetida.

Por exemplo, certas atividades econômicas permitem a adesão ao Simples Nacional, um regime tributário simplificado com alíquotas menores, enquanto outras podem exigir o enquadramento no Lucro Presumido ou Lucro Real, que possuem cálculos tributários mais complexos.

Além dos impostos, o CNAE também impacta as obrigações trabalhistas. Dependendo da atividade econômica da empresa, podem existir normas regulatórias específicas a serem seguidas, como normas de segurança e saúde no trabalho.

Outra influência importante do CNAE está nas contribuições previdenciárias e no FGTS. O código escolhido pode determinar diferentes alíquotas e formas de contribuição, além de influenciar a incidência de outros tributos como o ISS (Imposto Sobre Serviços) ou ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), dependendo da natureza da atividade.

Portanto, o CNAE não é apenas um elemento burocrático, mas uma escolha estratégica que pode afetar significativamente a carga tributária e as responsabilidades legais de uma empresa. Uma classificação inadequada pode resultar em problemas fiscais e multas, reforçando a importância de uma escolha cuidadosa e bem informada do CNAE.

Como escolher o CNAE correto para a minha empresa?

A escolha do CNAE correto é fundamental para garantir a conformidade legal e otimizar a carga tributária da sua empresa. O primeiro passo é entender claramente a natureza da atividade principal do negócio.

É importante considerar não apenas o que a empresa faz atualmente, mas também as atividades que pretende realizar no futuro. Uma análise detalhada do negócio ajudará a identificar o CNAE que mais se alinha à sua operação principal.

Passo a passo para obter um CNAE

O processo de obtenção de um CNAE é uma etapa crucial na formalização de qualquer empresa no Brasil. Seguir um passo a passo claro pode ajudar a garantir que você selecione o código correto e evite complicações futuras.

Aqui está um guia simples para obter o CNAE para o seu negócio:

1. Entenda a atividade do negócio

Antes de tudo, tenha uma compreensão clara da atividade principal que sua empresa irá exercer. Isso é importante para identificar o CNAE que melhor representa o seu negócio.

2. Acesse a tabela CNAE

Visite o site oficial do IBGE ou da Receita Federal, onde você pode encontrar a tabela completa de CNAEs. Nela, você encontrará a lista de todos os códigos e descrições das atividades.

3. Pesquise o código apropriado

Com base na descrição da sua atividade principal, busque na tabela CNAE os códigos que mais se aproximam. Pode haver mais de um código aplicável, por isso é importante analisar cada opção cuidadosamente.

4. Consulte um contador

Para garantir que você está escolhendo o código mais adequado, é aconselhável consultar um contador ou um profissional especializado. Eles podem ajudar a entender as nuances dos códigos e as implicações fiscais associadas.

5. Registre a empresa com o CNAE Escolhido

Quando for registrar sua empresa na Junta Comercial ou no órgão competente, você precisará informar o CNAE escolhido. Este código será utilizado em todos os documentos oficiais e registros fiscais da empresa.

6. Verifique regularmente as atualizações do CNAE

O sistema de CNAE pode passar por atualizações. Portanto, é importante manter-se informado e verificar se há mudanças que possam afetar a classificação da sua empresa.

Seguindo esses passos, você poderá obter o CNAE apropriado para a sua empresa, garantindo que esteja em conformidade com as regulamentações e preparado para todas as responsabilidades fiscais e legais que acompanham a atividade escolhida.

Quanto custa para incluir um CNAE no CNPJ?

Incluir um CNAE no CNPJ não tem um custo direto específico. No entanto, os custos indiretos podem surgir no processo de registro ou alteração cadastral da empresa.

Para novos negócios, esses custos fazem parte das taxas gerais de abertura da empresa, variando conforme o tipo de empresa e a localização. Para empresas já estabelecidas que precisam adicionar ou alterar um CNAE, podem existir taxas relacionadas à alteração cadastral na Junta Comercial ou em outros órgãos reguladores.

Além disso, serviços contábeis profissionais, se utilizados, podem gerar custos adicionais. É importante notar que a escolha do CNAE pode influenciar os custos operacionais e fiscais da empresa, tornando essencial uma seleção cuidadosa e informada.

Recursos online e órgãos reguladores que podem auxiliar na busca

  • Site do IBGE

Nele, você pode acessar a classificação completa do CNAE, incluindo descrições detalhadas de cada atividade.

  • Receita Federal

O site da Receita oferece recursos para entender as implicações tributárias de diferentes CNAEs.

  • Contador ou consultor especializado

Profissionais da área contábil podem oferecer orientação especializada na escolha do CNAE, considerando os aspectos específicos do seu negócio.

Utilizar esses passos e recursos ajudará a garantir que a empresa seja classificada corretamente, evitando problemas fiscais e aproveitando as melhores oportunidades tributárias disponíveis para a atividade exercida.

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