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CloudWalk e Silverguard lançam Mapa de Fraudes em Compras Digitais no Brasil

São Paulo, 10 de julho de 2025 – O Distrito Federal lidera o ranking nacional de fraudes em compras digitais, com a maior proporção de vítimas em relação ao volume de transações financeiras, seguido por Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre os estados com maiores perdas financeiras médias por vítima, destacam-se Rondônia (R$ 2.000), Tocantins (R$ 1.460), Mato Grosso (R$ 1.130) e Sergipe (R$ 1.090).

As informações estão na primeira edição do Mapa de Fraudes em Compras Digitais no Brasil, produzido em parceria pela Silverguard e pela CloudWalk, a partir da análise de mais de 5 mil denúncias registradas na plataforma gratuita SOS Golpe. O estudo foi lançado durante o Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), entre os dias 10 e 13 de julho.

Do total de golpes analisados, 45,1% foram classificados como “golpes de compra”, quando os criminosos se aproveitam das vítimas no momento em que elas estão comprando algo online.

Os tipos de golpes

A modalidade mais comum é o chamado golpe da loja ou empresa pouco conhecida, responsável por 15,8% dos casos analisados, com perda média de R$ 740 por vítima. Nele, golpistas criam os canais digitais da suposta loja em redes sociais e colocam produtos com preços bem abaixo da média. Após o pagamento, a loja deixa de responder e, depois de um tempo, as contas são excluídas das plataformas digitais.

“Podemos afirmar que este é hoje o principal golpe que afeta consumidores digitais no Brasil. O golpe da loja pouco conhecida é o que tem maior incidência em praticamente todos os estados brasileiros", afirma Marcia Netto, CEO da Silverguard, responsável pelo SOS Golpe. “Ele explora justamente aquela sensação de estar tirando vantagem de um ‘grande negócio’, quando na realidade o produto nunca chegará ao consumidor.”

Em segundo lugar, aparece o golpe da loja ou empresa clonada, com 8,5% e perda média de R$ 520. Nesse modelo, são criadas páginas muito semelhantes às de marcas conhecidas, com pequenas alterações no endereço do site ou no nome do perfil para enganar os consumidores.

Em terceiro lugar, aparece o golpe do vendedor de itens usados, também com 8,5%. Nele, o golpista diz que está vendendo um produto que não tem. Depois que a pessoa faz a transferência do valor, o falso vendedor some. O que chama a atenção nesse golpe é a perda média elevada, de R$ 1.810 por vítima.

O SOS Golpe mapeou mais de 120 táticas diferentes de golpe praticadas atualmente no Brasil. A lista dos principais tipos de golpe de compra, bem como os dados detalhados por estado, pode ser acessada no estudo completo.

Crescimento de “Laranjas CNPJ”

É nesse cenário que surge uma figura central no ecossistema do crime digital: o laranja CNPJ. Se antes a maioria dos golpes era executada por meio de contas de pessoas físicas, hoje vemos uma migração para o uso de empresas como escudo operacional. O percentual de contas laranja CNPJ usadas para receber dinheiro de golpes praticamente dobrou em um ano, saltando de 34% em maio de 2024 para 67% em maio de 2025.

“A conta empresarial confere mais credibilidade, dribla filtros automáticos com mais facilidade e é percebida como menos suspeita por vítimas", afirma Marcia.

As duas faces da Inteligência Artificial

O relatório traz ainda um alerta claro: a ascensão da Inteligência Artificial generativa está transformando os golpes em produtos escaláveis, com linguagens perfeitas, sites clonados em segundos, vídeos falsos e deepfakes de celebridades. Segundo dados do Global State of Scams Report 2024, 53% dos que sofreram tentativas de fraude acreditam que os golpistas usaram IA para enganá-los.

Por outro lado, a mesma tecnologia também está sendo usada “para o bem” e oferece às instituições financeiras um poderoso aparato de defesa e prevenção. É o caso da CloudWalk, empresa de tecnologia por trás da InfinitePay, plataforma de serviços financeiros voltada a micro e pequenos empreendedores. Em 2024, a empresa evitou R$ 15 bilhões em fraudes por meio de um sistema baseado em inteligência artificial, que une agentes de IA, mais de 130 alertas autônomos e análise de dados em tempo real. A tecnologia reduziu custos, aumentou a eficiência e eliminou a necessidade de mais de 100 analistas humanos para triagens manuais.

“Com a IA, deixamos de usar nossos profissionais de segurança digital para fazer boa parte dessas análises, que hoje são feitas de forma automatizada com um índice de eficiência superior a 99%”, afirma Aline Lima, head de Compliance da CloudWalk. “Com isso, eles hoje ficam dedicados a trabalhar para melhorar cada vez mais o sistema para identificar e bloquear atitudes suspeitas.”

O estudo reforça que, diante da avalanche de novos golpes surgindo diariamente, o offboarding, ou seja, a detecção e o bloqueio rápido de contas laranja, é decisivo para conter o avanço das fraudes. "Offboarding eficiente de contas laranjas é tão importante quanto o onboarding. Cada minuto conta – especialmente nos golpes de menor valor, onde o dinheiro nem sempre sai na hora. O AI Scam Checker, da Silverguard, qualifica a denúncia da vítima, aumentando a chance de devolução e reduzindo riscos reputacionais e jurídicos à instituição financeira ao parar na primeira vítima." completa Marcia Netto.

Guia de prevenção

Por fim, o relatório oferece um guia prático de prevenção, com orientações claras para ajudar consumidores a evitarem os principais tipos de fraude mapeados. As recomendações reforçam a importância da cautela, pesquisa e atenção aos sinais de alerta mais comuns nas transações digitais.

O conjunto de boas práticas reforça que, em um cenário onde os golpes se tornam cada vez mais sofisticados, a prevenção mais eficaz ainda parte da informação e da atenção do consumidor. O Mapa das Fraudes em Compras Digitais no Brasil busca justamente isso: jogar luz sobre as táticas do crime digital e democratizar o acesso à defesa.